Aquilo que Bert Hellinger, por meio das constelações familiares, propôs sobre a importância do amor nas mais diversas dinâmicas de nossa vida está começando a ser explorado sob diferentes perspectivas.

Falando especificamente sobre saúde, cientistas dos Estados Unidos descobriram recentemente que a ocitocina, conhecida como o “hormônio do amor”, pode desempenhar uma função importante: a regeneração do coração.

Não é uma bela metáfora?

Por meio de estudos em peixes-zebra e culturas de células humanas, os pesquisadores observaram que a ocitocina é capaz de estimular a migração de células-tronco da camada externa do coração para o miocárdio, onde se desenvolvem em cardiomiócitos, as células musculares responsáveis pelas contrações cardíacas.

Produzido no cérebro, esse hormônio é reconhecido por sua capacidade de induzir sentimentos de prazer e promover conexões sociais.

Além disso, desempenha papéis importantes na regulação da produção de leite materno, contrações uterinas, ejaculação, transporte de espermatozoides e produção de testosterona.

Amor em ordem

Retornando ao conceito das constelações familiares, Hellinger não apenas enfatizou o potencial do amor em “curar”, mas também reconheceu o seu oposto.

Na realidade, ele não acreditava em dois tipos distintos de amor, mas sim em uma expressão do amor que, quando flui em uma ordem adequada, pode ser curadora. Por outro lado, quando há desordem, pode atuar de maneira contrária.

Um exemplo disso é o amor de uma criança por sua mãe, que está sofrendo de uma doença. Movida pelo amor e pela fantasia de que possui o poder de salvá-la, essa criança pode fazer uma escolha inconsciente do tipo: “eu por você, mamãe”. Essa escolha implica se sacrificar para que a mãe possa viver.

Soluções possíveis

Nos trabalhos com constelações, observamos que muitos emaranhamentos surgem a partir dessa postura, que Hellinger chamou de “amor cego“.

Qual seria um caminho de solução aqui? O amor que cura. Ou seja, que a criança possa voltar ao seu lugar de “pequena” dentro de seu sistema familiar, respeitando a hierarquia (veja aqui um vídeo em que o professor Mario explica sobre precedência).

“Segundo essa ordem”, explica Hellinger em “O amor do espírito” (ed. Atman), “cada membro que esteve aqui antes tem precedência sobre aqueles que vieram depois. Sendo assim, essa consciência inconsciente exige que ninguém que veio depois assuma algo por alguém que veio antes dele. Principalmente aqui se mostra que alguém que veio depois ama, frequentemente, para ajudar alguém que veio antes.

Isso também é amor, mas um amor cego. As consequências são sempre as mesmas: ele fracassa. Muitas vezes, termina em uma doença, psicose ou até mesmo na morte. Ele é principalmente cego. Cego por não conhecer os próprios limites.”

Assim como os especialistas acreditam que a descoberta sobre a ocitocina pode abrir caminhos para o desenvolvimento de estratégias que promovam a regeneração do coração humano, nas constelações familiares acreditamos que o amor em ordem pode propiciar a regeneração em muitas áreas de nossas vidas.

“Como nos desprendemos dessa cegueira? Como podemos começar a enxergar? Deixando os outros na sua grandeza, reconhecendo nossa impotência e concordando com ela.”

(Bert Hellinger)

 

E você? Sente que o seu amor está em ordem? Você sabe o que são as ordens do amor?

Veja neste vídeo essa explicação esclarecedora.