Sucesso em várias partes do mundo, a série turca “Uma nova mulher” (Another Self), preenche uma lacuna de décadas, nas constelações familiares, ao levar – com delicadeza e profundidade – para o grande público uma obra que retrata os principais conceitos da abordagem sistêmica.

Se você já conhece as constelações familiares, vai se emocionar em ver em “Uma nova mulher” muito do que vivenciamos durante uma constelação. Se você não conhece, é uma ótima oportunidade para se aproximar desse trabalho transformador.

Destacamos abaixo 10 motivos para você não perder a série:

 

1 – Pioneirismo

“Uma nova mulher” é um primeiro trabalho ficcional a dar protagonismo às constelações familiares. Embora o “constelador” Zaman a nomeie de “expansão da família de origem”, é disso que se trata: as constelações tal como a conhecemos.

 

2 – Fidelidades aos princípios sistêmicos

O roteiro é fiel aos princípios sistêmicos propostos por Bert Hellinger e também à postura de ajuda que se espera do constelador. Podemos indicá-la a quem pretende conhecer ou saber mais sobre constelações, sem a necessidade de fazer ressalvas do tipo: “naquela cena… não é bem assim que acontece em uma constelação real…”.  Sim, “Uma nova mulher” é o retrato mais próximo que já vimos de uma constelação.

3 – Direto no coração

A arte encontra sua forma de ultrapassar as barreiras do pensamento racional e tocar direto no coração. Em “Uma nova mulher” somos tomados pelo sentir em vez do pensar. Sentimos, por meio das histórias de cada personagem e das metáforas usadas por Zaman, como eventos e dores passadas de nossa família seguem atuando nas futuras gerações.

4 – Postura depois da constelação

Certa vez, um importante professor de ioga explicou que ioga é aquilo quer a gente faz quando guarda o “tapetinho”. Isto é, o que a gente faz com a prática depois da prática. Constelação é a mesma coisa. Ela pode propiciar grandes transformações em nossa vida se conseguirmos mudar nossa postura interna com aquilo que vimos. “Uma nova mulher” mostra esses possíveis desdobramentos, levando em conta a responsabilidade pessoal de cada pessoa.

5 – A força de nossas raízes

O episódio em que o Zaman explica à cética Ada o porquê as constelações olham para as raízes para curar os galhos – usando, para isso, uma oliveira doente – não dispensa, mas economiza horas de leitura sobre a visão sistêmica do ser humano. Nós pertencemos a um sistema familiar, a um tronco comum, não há como fugir dessa realidade, mas podemos fazer algo bom dela.

6 – Outro olhar para a doença

Por meio das personagens Sevgi, que sofre com um câncer, e Ada, que desenvolve um tremor na mão, “Uma nova mulher” traz a visão sistêmica para a doença que, segundo Bert Hellinger explica em seu livro “A cura” (ed. Atman), começa na alma, com dinâmicas ocultas. Uma das mais comuns é querermos, inconscientemente, seguir alguém que amamos na morte.

7 – Outro olhar para a cura

“Uma nova mulher” também nos possibilita ir um pouco além em nosso entendimento sobre a cura. O que é se curar? Trata-se apenas do corpo físico? Limita-se apenas a um indivíduo? A série nos coloca diante de um propósito maior, tanto nos processos de adoecimento quanto nos de cura. Para Hellinger, mesmo quando o corpo já não pode mais ser curado, na alma a cura sempre é possível. Se nos permitirmos tocar pelo que vemos, talvez algo importante em nós se coloque em movimento para nosso benefício.

8 – Uma única família

Embora o contexto cultural da Turquia seja diferente do nosso, no Brasil, em “Uma nova mulher” vemos que as feridas são muito parecidas, quando se trata de ser humano. Mortes precoces, assassinatos, violência sexual, abandonos, exclusões e impossibilidade de viver um amor são alguns dos acontecimentos a criarem emaranhamentos que vão se reiterando geração após geração.

9 – Caminhos de solução

Com incrível sutileza e sem a necessidade de doutrinar o espectador, “Uma nova mulher” aponta caminhos de solução tão simples que, por vezes, podem até passar despercebidos; como aceitação de um destino difícil, a inclusão e o não julgamento. Esses três juntos podem provocar uma pequena e profunda revolução em nossas vidas.

10 – Frases para a alma

Muitas das frases da série são como um bálsamo, principalmente as proferidas fora das constelações. Essa é uma de nossas preferidas: “Uma caixa preta de avião nunca perde seus dados, não importando quantos impactos sofra. Nosso passado é assim. Os sabores, os cheiros, os momentos, eles esperam a hora certa para serem lembrados”. Quais são as suas frases favoritas?

Veja nesse vídeo uma constelação na prática de como atuam as lealdades familiares: