Essa frase de Bert Hellinger pode ser encontrada em seu belo – e pouco conhecido – livro “Viagens interiores” (ed. Atman). Mesmo que não a compreendamos de imediato, é quase impossível não sermos tocados na alma por sua profundidade. Mas o que ele quis nos mostrar com ela?

“Aquilo que dói em nós está olhando com simpatia para alguém”

Hellinger conta que retirou essa observação das constelações. Para ele, adoecemos ou sofremos quando algo se desintegra e fica em desordem em nós.

E o que causa a desintegração e a desordem? A oposição.

Nós nos opomos àquilo que rejeitamos e àquilo que julgamos: “isso é bom e aquilo não é, isso é aceitável e aquilo não é. Ou, talvez mais precisamente: isso me une à minha família, aquilo não me une.”

Com o intuito de garantirmos o pertencimento à nossa família, excluímos o que ela excluí, geralmente membros que a ela pertencem, mas que não se encaixam em seu sistema de valores.

Então, mesmo que em uma dinâmica oculta, nós também seguimos rejeitando e excluindo, ou seja, mantendo a desordem. Com essa postura, diz Hellinger, não é possível encontrarmos a cura para determinadas doenças e sofrimentos.

Carência infantil

Segundo Hellinger, esse tipo de ligação com a família – que excluí outras famílias e grupos – é um vínculo infantil, carente.

Assim, o crescimento e a “realização do espírito” acontecem quando, mesmo com sentimento de culpa, nós nos unimos aos rejeitados e banidos por nossa família.

Quando não fazemos essa inclusão, algo em nós – aquilo que nos dói – fará.

Como fazer o caminho inverso, o caminho de cura? Para Hellinger, a resposta é simples: acabando com o julgamento e adotando a benevolência.

Você quer experimentar fazer esse caminho agora?

Meditação – praticando a benevolência*

  • Feche os olhos.
  • Leve sua observação para aquilo que dói em você.
  • Sintonize-se com a simpatia desse órgão (músculo ou sofrimento), com o objeto de sua benevolência.
  • No seu tempo, comece a sentir simpatia por aquilo que não teve a permissão de estar presente (uma criança falecida, por exemplo). Permita que seus sentimentos em relação a essa pessoa aflorem: dor, amor, tristeza…
  • Então, sinta, com todo o seu corpo, com todas as suas células, sua afeição por essa pessoa. Sem esforço algum; só benevolência.
  • Agora, permita que o órgão, músculo ou sofrimento se aproxime dessa pessoa. E observe.
  • Aguarde até que esse órgão (músculo ou sofrimento) se reintegre a você, feliz e aliviado.

 

*A meditação completa você encontra em “Viagens interiores” (Bert Hellinger, ed. Atman).