Por Adriana Bernardino

“Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar”.
(José Saramago)

Apesar de todas as singularidades que nos diferenciam, há um sonho que nos iguala: alcançar a felicidade. Pascal dizia que “todo homem quer ser feliz, inclusive o que vai se enforcar”. O desejo de ser feliz – ou o de evitar a infelicidade- é, para a maioria das pessoas, o combustível que a faz seguir adiante.

“Ah, quando, finalmente, eu comprar a casa dos meus sonhos!”.  Ou “quando eu encontrar meu grande amor!”. Ou ainda “quando eu fizer uma viagem pelo mundo!”.  Então, como nos contos de fadas, ao realizar esses sonhos, imaginamos que seremos felizes para sempre.

Des-ilusão

Com um pouco mais de maturidade, começamos – ou deveríamos começar – a perceber que essa conta não fecha. Depois do grande amor, talvez faltem os filhos. Depois dos filhos, talvez a necessidade de segurança. E assim por diante.

Partindo dessa crença, precisaremos sempre de mais alguma coisa para nosso completo contentamento, para o final feliz. Assim, delegamos nossa felicidade à realização de uma nova meta, uma nova conquista, como numa repetição sem fim; isto é: nós reinventamos nossa mentira tão logo ela é revelada.

+ Autossabotagem

Ser e ter

Então deveríamos deixar de sonhar? Não, não se trata disso. O problema é acreditarmos existir algo fora de nós mesmos que tenha o poder de produzir contentamento permanente, que exista uma fonte externa e inesgotável de felicidade. Não há (tudo bem? Você ainda está aí?).

Quando nos damos conta disso e o aceitamos, podemos, enfim, parar de nos iludir. O que resta, então?  Talvez uma nova forma de experienciar a vida.

“A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova”, dizia Fernando Pessoa. Como fazer isso? “Descobre-o tu”, ele aconselhava, provocador. Também nós não acreditamos em nenhuma receita para isso, mas temos uma sugestão: trocar o ter pelo ser.

Com essa ideia queremos dizer que em vez de esperar um grande amor para ser feliz, poderíamos nos conectar com o sentimento de amor antes mesmo de ele aparecer. Como eu acho que me sentiria se estivesse sendo muito amado nesse momento? Mais radiante, quem sabe. Então, o quanto posso me aproximar da sensação de estar radiante? Como é ser radiante?

Ao fazer essa inversão, ao trocarmos o ter pelo ser, descobrimos que não é a coisa em si que produz a felicidade, mas nossa capacidade de sentir, de atribuir um valor a ela. Você quer descobrir por si mesmo se isso faz sentido?

+ Prosperidade | No caminho da plenitude

Visualização de felicidade

  • Sente-se ou se deite em um lugar calmo.
  • Respire profundamente algumas vezes.
  • Pense em uma meta que você gostaria de alcançar. Pode ser uma casa, mais dinheiro, um amor etc.
  • Agora, imagine que sobre sua cabeça surge uma luz, como a luz do sol, iluminando tudo. Você é capaz de sentir o calor acariciando seu rosto.
  • Imagine-se agora como se já tivesse alcançado a sua meta. Veja o máximo de detalhes que puder. Como você se sente?
  • Respire profundamente essa sensação, dando desde já um lugar a ela dentro de você. Viu? Ela já está aí. 
  • Abra os olhos lentamente e leve com você esse sentimento.

Qual é a sua meta? Conta pra gente!

Em nossos cursos, trabalhamos profundamente o autoconhecimento por meio da constelação familiar e da visão sistêmica, as quais ampliam nossa percepção para que possamos encontrar nossas metas e termos força para alcançá-las. Faça parte, clicando aqui.