Algumas mulheres foram fundamentais para que as constelações familiares existissem. Hoje, especialmente, gostaríamos de dizer a elas: nós vemos vocês! E todas vocês têm um lugar em nossos corações! Muito obrigado!

 

Nas duas últimas décadas, a designação “terapia sistêmica” tem sido muito associada ao nome do terapeuta alemão Bert Hellinger, que ficou mundialmente famoso por criar as constelações familiares.

Essa abordagem, entretanto, que leva em conta as dinâmicas ocultas das famílias, a fim de buscar soluções para problemas pessoais e profissionais, tem raízes em muitos pensadores, especialmente a partir dos anos 1950.

 

Influências femininas

Em sua autobiografia “Bert Hellinger – Meu Trabalho. Minha Vida.” (ed. Cultrix), Hellinger conta ter sido influenciado por grandes personalidades – como Gregory Bateson, Ivan Boszormenyi-Nagy, Milton Erickson, Eric Bern etc., que o fizeram despertar para os padrões familiares que as pessoas seguem inconscientemente.

Hellinger cita também algumas mulheres, cujos trabalhos e pesquisas foram fundamentais para ele chegar ao que conhecemos hoje como constelações familiares. Entre elas estão Anne Ancelin Schutzenberger, Virginia Satir, Thea Louise Schönfelder, Ruth McClendon e Geraldine M. Spark. Agora vamos olhar para as três mais influentes:

+ Constelação Familiar de Bert Hellinger. As “Ordens da Ajuda”

 

Anne Ancelin Schutzenberger (1919-2018)


Por trás do olhar doce da psicanalista russa Ancelin, havia uma mente investigativa e profunda. Professora emérita da Universidade de Nice, Ancelin graduou-se em Direito e fez seu doutorado em psicologia.

Ela é um dos nomes mais importantes da psicogenealogia, ciência que busca revelar os vínculos que ligam os membros de uma família e os levam a repetir dinâmicas de doenças e outras dificuldades por gerações.

O interesse de Ancelin pelas dinâmicas ocultas da família foi despertado por uma pergunta de sua filha: “Percebes, mamãe, que você é a mais velha de dois filhos, cujo segundo morreu; e que papai é o mais velho de dois, cujo segundo morreu; e que sou a mais velha de dois filhos, cujo segundo morreu…?”

Para ela, “se alguém cura um indivíduo sem tocar toda a família, se o sentido das repetições transgeracionais não for compreendido, a terapia não leva a lugar nenhum.”

+ Campo Morfogenético e as Constelações Familiares

 

Virginia Satir – (1916- 1989)

Uma das responsáveis por desenvolver, ao lado de F. Duhl, Kantor e B. Duhl, a técnica de escultura familiar, Satir foi uma das figuras mais importantes da terapia sistêmica familiar.

A escultura familiar, que influencia fortemente Hellinger, é uma técnica não verbal na qual o terapeuta pede aos membros de uma família pensarem como colocariam cada pessoa do seu sistema familiar.

Nessa “colocação”, Satir levava em conta características desses membros (atitude, olhar etc.). Então, as dinâmicas difíceis da família começavam a surgir e podiam ser trabalhadas em busca de solução.

 

Thea Louise Schönfelder (1925-2010)

Essa grande pesquisadora conquistou um feito inédito na Alemanha. Professora universitária, Thea foi a primeira mulher em seu país a ser nomeada para uma cadeira de psiquiatria. Suas contribuições para a terapia sistêmica familiar foram fundamentais.

Inspirada em Virginia Satir, Thea criou sua própria “escultura familiar”. Nela, uma pessoa posicionava os participantes como imaginava que os membros da família estivessem uns em relação aos outros (muito parecido com que fazemos hoje nas constelações).

Os participantes ficavam na mesma postura por um curto período de tempo. “Como você se sente aí?”, ela perguntava e, então, conduzia os movimentos, segundo a resposta dos participantes.

 

Conclusão

Bert Hellinger nunca escondeu suas influências; ao contrário, em sua autobiografia relata como cada uma delas contribuiu para que ele chegasse às constelações familiares.

Antes dele, homens e mulheres brilhantes deram grandes passos rumo ao entendimento das dinâmicas que nos levam a agir – na maioria das vezes inconscientemente – de determinada forma e não de outra, mesmo indo contra nossa felicidade.

Nesse mês simbólico para as conquistas femininas, nossa homenagem foi especialmente para as mulheres que inspiraram Hellinger. Em nosso curso de Formação em Constelação Familiar estudamos profundamente os caminhos dessa abordagem.

E grande parte dos alunos do curso é composta por mulheres. Temos muito orgulho de todas as facilitadoras de constelação sistêmica que ajudamos a formar.

Você também teve grandes influências femininas em seu caminho? Conte pra gente!