“E se não houver amanhã? Não houve um hoje”, angustia-se o jornalista rabugento Phil Connors (Bill Murray), depois de acordar todos os dias no mesmo dia 2 de fevereiro, o “insuportável dia da marmota”.

Essa é uma das questões que a clássica comédia “Feitiço do tempo” (EUA, 1993) nos coloca. Será que estamos vivendo “um hoje” ou só revivendo traumas e padrões familiares?

Voltando ao filme, Phil tem de fazer, pelo quarto ano consecutivo, uma reportagem sobre a tradicional comemoração americana do dia da marmota, numa pequena cidade. Contrariado, o repórter mostra seu pior lado a todos que se aproximam e conta os minutos para ir embora dali.

Uma nevasca, porém, o impede de sair da cidade e, inexplicavelmente, um feitiço do tempo é lançado sobre ele. Então, preso no mesmo dia, Phil começa a se dar conta das próprias atitudes e erros, de sua falta de empatia e de como apenas sua postura diante dos fatos e das pessoas pode libertá-lo ou aprisioná-lo.

Não houve um hoje

Pelo prisma dos conceitos propostos por Bert Hellinger, a repetição vivida pelo personagem é, infelizmente, muito parecida com a que vivemos em nosso dia a dia.

Acordamos todos os dias permeados por nossos traumas não superados e o revivemos… de novo… e de novo. Freud chamava essa dinâmica de “o retorno do recalcado”, isto é, as dores que tiramos do campo da consciência e escondemos embaixo do tapete retornam em outras situações.

Hellinger vai mais longe. Segundo ele, não são só nossos traumas pessoais que repetimos, mas também os de nosso sistema familiar, com suas crenças, valores, dores, fracassos, dificuldades de relacionamento etc.

Qual será o nosso “dia da marmota”? O que precisamos aprender com ele para, só então, podermos viver histórias diferentes?

Nas constelações familiares, o primeiro passo para sair das repetições é a autorresponsabilidade. Com ela, percebemos que a postura que assumimos diante de nossa história – e da história de nossa família – é fundamental para uma vida mais equilibrada.

Quais posturas são essas? Você pode saber mais acessando os muitos vídeos e textos em nossos canais. Pode também se aprofundar um pouco mais com o curso Introdução à Visão Sistêmica. Confira!