A maioria de nós deseja o sucesso, a prosperidade e o reconhecimento, certo? Mas – reproduzindo aqui a pergunta do psicanalista Jacques Lacan – será que nós realmente queremos o que desejamos?

E você, realmente quer o que você deseja?

Todos nós já ouvimos falar sobre autossabotagem. Simplificando, seria como se tivéssemos um “inimigo” interno que atuasse na contramão de nossos sonhos e ambições.

E por que faríamos isso?

O que estaria por trás de um atraso que nos faz perder a entrevista do emprego dos sonhos, uma traição que põe fim a um amor verdadeiro, um impulso que coloca abaixo uma carreira de sucesso?

Quem não se lembra do caso do rabino Henry Sobel, filmado roubando uma gravata em uma loja dos Estados Unidos? E, para mais dar um exemplo atualíssimo, o da cantora Karol Conká, que está chocando o Brasil com seu comportamento no reality show BBB21?

Em vez de multiplicar seu patrimônio com a grande exposição na mídia, estima-se que Karol Conká já tenha perdido R$ 5 milhões em contratos cancelados desde o início de sua participação no programa.

Afinal, nenhuma marca quer sua imagem associada ao desrespeito e à arrogância com que a cantora se posiciona com os colegas.

(Explico mais este conteúdo no vídeo de meu canal YouTube: Cultura do Cancelamento).

Como podemos pensar esse comportamento destrutivo? Aqui propomos duas perspectivas: a da sombra e a da lealdade familiar.

 

Efeito sombra

Por sombra, entendemos aqueles aspectos – conscientes ou inconscientes – que rejeitamos de nossa personalidade, que não contamos a ninguém, nos envergonhamos e negamos existir.

Não obstante as outras pessoas podem ver com mais clareza nossa sombra do que nos mesmos, especialmente nos momentos de raiva, de tensão, em que não temos tempo suficiente de pensar para agir.

Na pressão do reality, a sombra da artista parece ter se revelado, mostrando valores bem diferentes do que ela pregava antes publicamente.

Quando não conseguimos identificar e aceitar nossas próprias sombras, elas nos dominam.

Aceitar nossas sombras é o primeiro passo do caminho de autoconhecimento. É um dos pilares de nosso trabalho no Instituto Koziner.

+ Luz e Sombra de Nossa Alma | Conto: A Bela e a Fera

 

Lealdade familiar

Observamos no trabalho com a constelação familiar um motivo muito comum que conduz as pessoas à autossabotagem: a lealdade a determinados padrões de nossa família de origem.

Por amor e fidelidade inconsciente, podemos repetir fracassos, doenças, exclusões, suicídios e outros destinos difíceis de nossos pais, avós e ancestrais.

Karol Conká declarou em entrevista que foi preciso batalhar contra o preconceito por ser negra e pobre. Estaria ela seguindo dinâmicas ocultas de sua família e sendo fiel às dificuldades que os pais viveram?

Bert Hellinger, pensador alemão criador das constelações familiares, diz que repetimos um padrão para pertencer à família. Temos medo de que, ao sermos diferentes, nosso pertencimento seja ameaçado.

Temos também de lidar com a culpa de ir além. Por exemplo, como posso viver um relacionamento feliz se minha mãe e avós foram abandonadas? Como posso ter prosperidade financeira se meus pais passaram fome?

Como posso ganhar dinheiro de uma forma muito mais leve e lúdica se meus pais até hoje sofrem para poder pagar apenas as contas?

Então, diante de uma oportunidade de sucesso que possa ameaçar nosso pertencimento, inconscientemente acionamos mecanismos para evitar que esse sucesso aconteça. Assim, podemos nos manter nivelados à nossa família.

+ Constelação Familiar de Bert Hellinger: as “Ordens do Amor”. O Direito de Pertencer.

 

Como parar o processo de autossabotagem?

Hellinger aponta algumas posturas determinantes que podem nos ajudar a interromper destinos difíceis e fazer diferente. São elas:

Aceitar e respeitar o destino dos que vieram antes de nós, por mais difícil que tenha sido.

Reconhecer que nossa força vem de nossos ancestrais.

Pedir permissão a eles para seguir adiante e fazer diferente. Uma frase que podemos dizer internamente é: “Obrigado por tudo o que vocês me deram, eu agora peço permissão para seguir um pouco mais além”.

Não é uma frase dita mecanicamente, mas sentida no coração, de modo que provoque uma mudança interna de postura.

Em nosso curso de Formação em Constelação Familiar, no qual formamos Facilitadores em constelações sistêmicas, observamos como os futuros terapeutas conseguem sair desses padrões de sofrimento familiar e abrir novos caminhos de prosperidade.

Dessa forma, ao poder fazer isso com eles mesmos, se capacitam “verdadeiramente” para poder guiar outros pela estrada da plenitude.

Assim, aprimorando nosso autoconhecimento, seguimos mais leves e mais livres para construir nosso próprio destino.
Formação em Constelação Familiar Online e Ao vivo

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