“Tentamos recriar em nossos relacionamentos adultos
aqueles exatos sentimentos que conhecíamos tão bem na infância – e que raras vezes se limitavam à ternura e ao afeto.”
Alan de Botton
Você já observou que, na busca incessante pela felicidade no amor, muitas vezes nos vemos envolvidos em relacionamentos que refletem padrões familiares já conhecidos (veja uma dinâmica comum em histórias de traição)? E que, em alguns casos, chegamos a rejeitar certos pretendentes não por serem inadequados, mas sim por serem amáveis e confiáveis demais?
Unindo-se aos psicanalistas, o filósofo Alan de Botton, em seu livro “O curso do amor” (ed. Intrínseca), explica esse movimento de um modo muito simples: inconscientemente, tentamos recriar em nossas vidas adultas os mesmos sentimentos que experimentamos na infância, mesmo que esses sentimentos nem sempre se resumam apenas à ternura e ao afeto.
Ou seja: desejamos familiaridade em vez de felicidade!
Então, saímos em busca de pessoas mais interessantes não porque acreditamos que a vida com elas será mais harmoniosa, mas porque inconscientemente desejamos que elas nos pareçam familiares em seus padrões de frustração. Estranho, não é mesmo?
Espelho meu
Bert Hellinger foi mais longe com essa ideia. Ele acreditava que, por meio de um relacionamento amoroso, nós tentamos incluir, compensar ou reconciliar algo em nosso sistema familiar; ou seja, que existe uma ressonância entre o sistema do nosso parceiro e o nosso.
Por essa perspectiva, nosso parceiro seria como um espelho, trazendo à nossa consciência aspectos de nós mesmos e de nosso sistema familiar que estão ocultos. Hellinger identificou ainda que as ordens do amor, que atuam nos sistemas familiares, também estão presentes nos relacionamentos de casal.
Daí uma de suas frases mais conhecidas: O amor é não suficiente. É preciso ordem! Por isso, compreender e aplicar essas ordens em nossas vidas aumentam as chances de criarmos relacionamentos mais ecológicos, deixando para trás os modelos afetivos que não gostaríamos de reproduzir.
Amor à segunda vista
Às ordens do amor relacionadas ao casal, Hellinger adicionou certas peculiaridades em relação às ordens na família de origem. Ele as chamou, lindamente, de “amor à segunda vista”. Por exemplo: o respeito que temos em relação à família de origem de nosso parceiro pode determinar o sucesso da relação. Ou, ainda, o modo como nos separamos pode impactar os futuros relacionamentos.
Mas esse tema fica para o próximo artigo!
Você consegue observar, em seus relacionamentos, dinâmicas parecidas com as de sua família de origem?
Amor a segunda vista. Que maravilha, parabéns para Helling, quanta sapiência. Eu estou trabalhando este padrão familiar em mim. Esta dinâmica é difícil mas é possível, tenho que estar consciente disso. Trabalhar este padrão por amor por mim mesma e pelo meu parceiro .
Abraços
Roseane Reis Knöfel
Olá Roseane, boa tarde! Tudo bem?
Que linda a sua partilha, ficamos muito felizes por seu trabalho e processo internos, são deveras importantes!
Obrigada por acompanhar nossos conteúdos, Roseane!
Gostaria de agradecer o preparo e publicação desses artigos, sempre uma leitura agradável e agregadora. Muito obrigado!
Olá Philip, boa tarde! Tudo bem com você?
Ficamos imensamente felizes por sua mensagem, obrigada por acompanhar nossos conteúdos!