“Casamento grego” (disponível na Netflix) é mais que uma comédia romântica: o filme traduz nosso estranhamento nas relações amorosas.

Quem já não passou pela dificuldade de simplesmente não compreender o que o parceiro diz? Ele fala, a gente fala, e parece que estamos todos falando grego!

Em nosso núcleo familiar, aprendemos uma – entre tantas outras – formas de amar e demonstrar amor. Tomá-la como única e verdadeira é estreitar as relações, o nosso crescimento pessoal e garantir muitos conflitos pela frente…

Amor à segunda vista

Foi essa metáfora simples que o diretor Joel Zwick levou para as telas. Um americano se apaixona por uma mulher grega cuja família não aceita que seus filhos se casem com um não grego.

Toula Portokalos vai viver as dificuldades de quem ousa fazer diferente dos padrões familiares e tem de lidar com a consciência pesada. Por sua vez, Ian Miller, o noivo, faz o que pode para ser aceito pela família de sua amada. Ele sabe que ela não será feliz se aqueles que ama forem excluídos.

Nas constelações familiares de Bert Hellinger, nós aprendemos que amar não é suficiente; para ter força, o amor precisa de ordem e incluir tudo e todos que trouxeram a pessoa amada até nós, tal como foi. A isso, ele chamou de amor à segunda vista, que pode não apenas tornar promissores nossos relacionamentos, mas também ampliar a nossa humanidade.

Não há muito futuro em uma relação em que aceitamos o parceiro, mas rejeitamos a família dele. Com essa postura, estamos excluindo também a pessoa amada, já que seus pais, avós e ancestrais vivem nela. Se tivermos filhos, então, essa inclusão é ainda mais fundamental, pois eles são 50% pai e 50% mãe.

Diante de dificuldades aparentemente intransponíveis com os familiares, uma pergunta importa: nosso parceiro vale a pena? Se sim, então será preciso praticar a aceitação.

Qual é o segredo aqui? Respeitar as diferenças. Elas não são um problema; ao contrário, nos enriquecem se aprendermos com elas. Podemos seguir sendo quem somos, mas aprendendo também (como o personagem do filme) algumas palavras do idioma afetivo e emocional do outro.

Quer entender melhor esse tmea? Veja o vídeo abaixo: