Aproveitando a força do campo coletivo criada pelo Dias dos Pais e amparados pela belíssima obra “Primeiros Passos”, de Van Gogh, convidamos você a dar os passos necessários em direção ao seu pai.

Talvez a sua história com ele até aqui não tenha sido como você gostaria, mas “olhar” para ela agora, sob outra perspectiva, pode ser a força que você precisa para ultrapassar seus limites. Afinal, é o pai quem, segundo Bert Hellinger, leva-nos para o mundo, seja de modo simbólico ou literal.

Hellinger entendia que: “Somente na mão do pai a criança ganha um caminho para o mundo. As mães não podem fazê-lo. O amor dele não é cuidadoso nessa forma como é o amor da mãe. O Pai representa o espírito. Por isso, o olhar do pai vai para a amplitude. Enquanto a mãe se move dentro de uma área limitada, o pai nos leva para além desses limites para uma amplitude diferente.” 

Exercício com Van Gogh

Na terapia sistêmica, contamos com muitos recursos – além da constelação familiar com representantes ou bonecos – para trabalhar nossos sentimentos e posturas em relação a nós mesmos, à determinada pessoa ou tema de nossas vidas. Um desses recursos é a visualização, na qual podemos partir de uma imagem interna. Nesse exercício, porém, faremos uma visualização um pouco diferente.  Você manterá os olhos abertos, focando a imagem do quadro.

  • Sempre olhando o quadro, respire profundamente três vezes; inspirando pelo nariz, soltando o ar pelo nariz e pela boca.
  • O que você sente quando olha para a imagem? Não interprete. Conecte-se apenas aos seus sentimentos.
  • Imagine-se agora sendo a criança do quadro cuja mãe segura as mãos. Você está aprendendo a andar. Seu pai deixa o que está fazendo apenas para esperar por você, de braços abertos.
  • Você consegue ver o seu pai? Como você se sente? Mantenha o olhar até começar a vê-lo (se você não conseguir, pode interromper o exercício aqui).
  • Independentemente do que tenha acontecido em sua história, aceite-a tal como foi. Sem esforço mental. Aceite no seu coração. Foi como foi.
  • Neste momento, você escuta a voz de sua mãe:
  • “Você pode. Está tudo bem para mim se você vai até seu pai.”
  • Com a inocência da criança, você ensaia um primeiro passo. Talvez você titubeie, talvez você tenha dúvidas se conseguirá ou não. Mas você é só amor e coragem. Você é só uma criança. 
  • Continue caminhado até ele;  a cada passo, você se sente mais confiante. Seu pai está perto ou muito longe? Não importa, dê-se o tempo necessário para chegar até ele.
  • Quando conseguir, entregue-se ao abraço de seu pai. 
  • Como você se sente? Pode dizer “sim”? 
  • Se não conseguir, tudo bem. Finalize o exercício, mas tente repeti-lo outras vezes, sempre observando sua postura interna.
  • Se conseguir, imagine-se agora já adulto(a), de costas para seu pai, sentindo a força dele, e diante do horizonte, do seu horizonte, do seu destino. 

Você pode!