“O comportamento de nossos antepassados em relação às mulheres ou aos homens afeta nossa aptidão para criar bons relacionamentos.”

Joy Manné

 

Quando Bert Hellinger detalhou os membros que pertencem ao sistema familiar, ele citou, para surpresa de muitos, nossos primeiros amores – assim como os de nossos pais, avós e até bisavós.

Isso significa que eles devem ser inclusos e respeitados. Segundo explica a psicóloga sul-africana Joy Manné, em seu livro “As Constelações Familiares em sua Vida Diária” (ed. Cultrix), “a ausência de respeito e gratidão a que nossos antepassados têm direito também altera o campo de energia”.

Diante de nossas dificuldades atuais nos relacionamentos, a autora sugere que façamos perguntas do tipo: o que se passou em minha família ou na do meu marido que o levou a me trair? O que está acontecendo entre mim e meu marido, ou em nosso campo de energia, para que meu filho seja tão problemático?

Durante uma constelação, diversas possibilidades de respostas podem surgir, incluindo as exclusões dos primeiros amores.

O preço da exclusão

Se terminarmos um relacionamento sem incluir respeitosamente nosso parceiro, sem ver e assumir nossa responsabilidade pelo que deu certo e também pelo que deu errado, integrando as lições que ele nos trouxe, o que não está resolvido pode nos seguir em relacionamentos futuros.

Faz parte desse processo, por exemplo, compreender as lealdades ocultas que nos levam a viver determinado padrão de relacionamento. Com essa reflexão, fica mais fácil perceber nossa responsabilidade nas escolhas que fazemos.

 Atitudes que nos liberam

  • Entrar em contato com sentimentos primários, isto é, com a dor e o luto do fim do relacionamento, em vez de ficar preso na raiva (sentimento secundário) e no julgamento.
  • Aceitar que nossos primeiros amores foram as pessoas certas para nós naquele momento.
  • Agradecer e dar um lugar em nosso coração ao antigo parceiro.
  • Não falar sobre as intimidades dos antigos relacionamentos com o parceiro atual nem criticá-lo.
  • Saber que eles estão presentes nos filhos que tivemos juntos. Amar a parte dos nossos filhos que vem deles, permitindo que nossos filhos possam amar a si mesmos.
  • Cultivar uma atitude interna de reconhecimento e gratidão para com os parceiros, pois abriram espaço para que nossa relação acontecesse.

Exercício Sistêmico

O exercício sistêmico proposto tem como objetivo nos libertar do passado de forma respeitosa.  Ao reconhecer e honrar nossos ex-parceiros, integrando suas lições e agradecendo por sua contribuição em nossa jornada, podemos nos conectar de forma mais autêntica e amorosa em relacionamentos futuros. 

  • Coloque um pedaço de papel no chão para representar você e fique de pé sobre ele.
  • Coloque um pedaço de papel para o seu ex-parceiro na sua frente.
  • Observe os sentimentos, emoções e sensações que surgem enquanto você olha para ele.
  • Troque de lugar. Agora você vai representar seu parceiro. Observe os sentimentos, emoções e sensações que surgem enquanto ele olha para você.
  • Repita essa troca de papéis mais algumas vezes e observe o que acontece.
  • Quando você se sentir pronto, experimento dizer: “Agora eu tomo tudo o que recebi de você. Obrigado(a). E você pode tomar tudo o que eu te dei. Você tem um lugar no meu coração para sempre.”
  • Fazendo novamente a troca de papéis observe como você e seu parceiro se sentem ao dizer isso.

 Confira o vídeo abaixo para entender as ordens do amor no casal!