Quando percebemos as dificuldades de nossos pais, tendemos, inconscientemente, a querer ajudá-los. Agimos assim movidos por um “amor cego”, isto é, somos capazes de ver apenas o nosso amor por eles, mas não o amor deles por nós.

Ainda que o sentimento envolvido seja o amor (o amor que adoece, diga-se), com essa postura estamos invertendo a hierarquia no sistema familiar e corremos o risco de pagar um preço alto por isso. Será que esse é o seu caso?
Veja alguns exemplos de inversão de hierarquia:

Vou cuidar de você

Quando um casal se separa, é comum o filho querer ocupar o espaço que ficou “vago”, como se pudesse preencher no coração da mãe ou do pai a ausência do outro. Com isso, ele não consegue construir a própria família, já que se mantém preso à família de origem, representando um papel que não nos cabe.

Eu por você

Ao perceber que um dos pais “olha” para um morto de seu sistema e, talvez, queira seguir o mesmo caminho dele na morte, o filho assume a postura de mártir – às vezes adoecendo gravemente –, com a fantasia de que pode evitar aquele destino; algo como “eu por você”, como Bert Hellinger observou.

Vou dar a vocês o que meus avós não deram

Quando julgamos nossos avós por não terem cuidado bem de nossos pais ou por terem morrido quando eles ainda eram crianças, internamente costumamos nos sentir melhores pais para nossos pais. “Eu teria feito melhor que eles…”. Nem é preciso dizer as consequências dessa inversão. Simplesmente corremos o risco de não termos vitalidade nem disponibilidade para cuidar da nossa própria vida, da vida de nossos filhos e de nossos projetos e sonhos.

Por que vocês não se separam?

Outra situação muito comum é nos sentirmos mais sábios que nossos pais para qualquer assunto, especialmente sobre as melhores decisões a serem tomadas no casamento deles. Não somos! Fuja da tentação de dar palpite, conselho, direcionamento. Ainda que os pais verbalizem essa necessidade.

Seja apenas o filho!

Todas essas posturas podem ser um impedimento para seguirmos com nossa própria vida, criando, realizando, prosperando, amando. E, o que é pior, nós não ajudamos nem mudamos nada na vida deles com essas atitudes, ao contrário. Acrescentamos uma preocupação. Jogamos tempo, energia e felicidade fora.

E então? Você se sente em ordem no seu sistema?

Quer entender melhor a Hierarquia, segundo Bert Hellinger? O professor Mario explica:

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